Jornalistas, quem são eles?
Por Gleilson Medins
Eles estão em todos os lugares e podem servir a todas as profissões. Estão nos jornais, nas revistas, no rádio, na TV, na internet, nas empresas e até nos gibis. São pessoas que lêem, escrevem, relatam, falam e fazem perguntas. Por eles, pelas empresas e pela sociedade. São pessoas que trabalham enquanto você dorme, em busca do fato, da novidade, das emoções e das necessidades de quem os clama.
Jornalista é o verdadeiro porta-voz da sociedade e fiscal do povo. Atualmente, também pode ser entendido como um produto do capitalismo, sua profissão caminha ao lado do crescimento econômico, no entanto, sem subserviência obrigatória (ou pelo menos deveria). Livres por excelência, sua atividade e instrumentos são resguardados por lei, pois trabalham com a manifestação do pensamento, às vezes seu, às vezes dos outros, mas sempre de forma responsável e documentada. Buscando sempre a verossimilhança do que vê e/ou apura.
O fenômeno da comunicação é seu campo de estudo e atuação. Antes de ser o profissional da escrita ele é o profissional da leitura, pois, está sempre antenado aos assuntos diversos ou globais para que possa discernir com o mínimo de propriedade sobre todos os assuntos que englobam sua demanda diária de apuração. Há quem acredite que o jornalista deve saber de tudo, o que seria humanamente impossível.
No entanto, o mundo (ou o cérebro) do profissional jornalista deve ser comparado a uma espécie de oceano de um metro de profundidade. Capaz de reunir, minimamente, um pouco de conhecimento sobre todos os assuntos. Afinal, ele será cobrado a dissertar sobre qualquer tema, sempre. No exercício da profissão ou não.
São pessoas simples, comuns, mas que no exercício de sua profissão ganham um poder arrebatador que incomoda e que satisfaz. Ao filtrar os problemas sociais, o jornalista sempre esbarra em algo ou alguém que se acha no direito de atrapalhar e até mesmo interromper o seu trabalho, sublime instrumento da informação popular. O que não resulta quase sempre em nada, afinal, contra fatos não existem argumentos.
Jornalista não se fabrica, se nasce jornalista. Ele causa medo porque trabalha com o filho bastardo da maliciosa e estratégica Comunicação: o Jornalismo. Fazer jornalismo é um dos ofícios mais nobres que a Comunicação já produziu. E não tenho dúvidas de que seus idealizadores, em muitos momentos devem ter se arrependido. Porque jornalismo bem feito, senhores, incomoda.
Assim como em qualquer outra profissão, existem maus jornalistas, com o mesmo “poder de fogo” dos bons jornalistas. A diferença é o tom de maldade e oportunismo que estes usam para exercer a profissão em detrimento de benefícios a ideologias obscuras que deturpam a realidade dos fatos e a transparência dos desdobramentos sociais.
A prática do jornalista é tão ambígua que às vezes nem é compreendida direito. Jornalismo que não esclarece, educa, orienta e relata fatos buscando instigar as várias possibilidades de sentido em seu leitor, não é jornalismo. Jornalistas não são seres de outro planeta, assim como qualquer outra pessoa, eles também fazem suas escolhas, têm seus anseios e suas convicções sobre tudo, o que deve ser respeitado por quem entende, ou mesmo por quem não entende as regras do fazer jornalístico.
Assim como muitos leigos acham que são ótimos técnicos de futebol, há quem pense que também sabe ser jornalista e como deve ser feito seu trabalho, e por vezes, vê-se pessoas tecendo os mais variados tipos de comentários “especializados” sobre as produções deste profissional, que, quando está a serviço da informação, simplesmente, acompanha e interpreta (mediante observação atenta e relatos de fontes confiáveis) o desenrolar de fatos e temas reais. Afinal, quem nasce para inventar coisas e espetacularizar a realidade é roteirista de cinema ou escritor de ficção. Não um jornalista.
É fato que, na atualidade, o jornalismo (sobretudo o massivo) tem envergonhado a muitos (profissionais e a população) com deturpações e sensacionalismo errantes, e que a mídia hegemônica, ao prostituir essa profissão, acaba por suprimir a capacidade e a preciosa colaboração social que os bons jornalistas poderiam exercer em espaços verdadeiramente democráticos e comprometidos com o pleno exercício da comunicação e da informação.
Mas apesar de tudo, nada pode macular a essência do bom trabalho jornalístico. Aos que sobrevivem a isso e continuam firmes em busca de novos espaços para tornar o jornalismo uma forma social de conhecimento, parabéns a todos pelo seu dia.
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