Professor: alicerce de todas as profissões
Muitas vezes invizibilizada, a contribuição do professor está em todos os níveis de constituição das sociedades.
Por: Gleilson Medins
A nenhum outro profissional a humanidade conhece tão profundamente como ao professor. Os professores se tornam personagens e ídolos de infância. A sua influencia é tão grande sobre a humanidade que o magistério é a primeira escolha de profissão para um grande número de crianças que brincam de escolinha com seus irmãos mais novos.
É por meio da palavra e do ensino do professor que todos nós começamos a entender a constituição da Terra e da vida, os valores e as quantidades, a estrutura e a história do mundo, como é a língua que falamos e escrevemos, o que somos como humanidade e como cidadania. É também por meio do professor que somos introduzidos ao pensamento dos filósofos, à pesquisa dos cientistas, à emoção inventiva dos artistas, à criatividade dos inventores, às teorias dos estudiosos. São os pais que nos trazem ao mundo, mas são os professores que nos apresentam à vida.
Por isso, os níveis intelectual e de adiantamento de um povo se medem não apenas pelo número de escolas ou de salas de aula, não apenas pelas bibliotecas ou pelos laboratórios, mas, acima de tudo, pela qualidade humana e profissional dos professores que constituem o corpo docente do país. É pela capacitação e aprimoramento do professor e pelos meios para dar-lhe dignidade profissional que se investe no progresso de uma nação (ou pelo menos, deveria ser assim).
Como esperar um futuro para um país que não cuida da educação de sua juventude? E como esperar uma educação cuidada sem o devido zelo com os formadores dessa juventude? O professor é para a educação o que o médico é para a saúde, mas existe um mesmo nível de preparo para esses dois profissionais? Existem as mesmas oportunidades de crescimento, atualização e aprimoramento?
O ensino tanto pode ser uma rotina medíocre como pode ser a arte de iluminar cérebros, a magia de fazer uma criança entender o mundo e a vida. Por isso, ensinar é mais do que ensinar – é fazer o aluno aprender, não pelas lições dos livros ou pelas aulas dos professores, não por osmose, não pela simples transferência de conhecimentos de didatas e mestres -, é fazer o aluno aprender pelo raciocínio, pela dedução, pela dúvida, pela lógica, pela busca, é fazer o aluno pensar e, fazendo-o pensar, desperta-lo para sua plena condição de ser humano.
Claro que algumas universidades brasileiras dispõem de mais recursos, mas é possível construir-se um último andar sem os alicerces e o térreo? O Ensino Fundamental e o Ensino Médio são os alicerces e o térreo do grande edifício da educação. É preciso fazer dos professores desses níveis os construtores deste edifício. Ainda falta muito para termos uma estrutura geral plena para que esses profissionais possam exercer seu trabalho com o devido e merecido respeito neste pais. Mas apesar disso, admiravelmente, os professores nunca deixaram de entregar o melhor de si na execução do seu trabalho (e ao que parece, o farão até o final dos tempos...), uma missão hercúlea, que, política, econômica e socialmente ainda é bastante desvalorizada.
Parabéns a todos os professores e professoras do Brasil. Especialmente aos da nossa querida Universidade Federal do Amazonas!
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