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FIC promove a primeira Mostra acadêmica de Experimentações Semióticas

  • Publicado: Sábado, 22 de Novembro de 2025, 17h31
  • Última atualização em Sábado, 22 de Novembro de 2025, 17h39
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Por Gustavo Campos*

Em uma atividade de integração, a turma da disciplina de Semiótica da Comunicação e Informação, da FIC-Ufam, sob a orientação da professora Mirna Feitoza, de Jornalismo e do professor Felipe Vlaxio, de Biblioteconomia, realizou a primeira Mostra de Experimentações Semióticas no mini auditório Narciso Lobo, no bloco Erasmo Linhares.

O evento inédito serviu como um laboratório prático para os estudantes da FIC, que tiveram a oportunidade de transcender a teoria e aplicar ativamente os conhecimentos e ferramentas semióticas adquiridas ao longo do período letivo. O objetivo central foi desvendar as estruturas de sentido e os significados por trás dos fenômenos comunicacionais presentes no cotidiano.

A Mostra Semiótica demonstrou a amplitude e a interdisciplinaridade do campo. As análises expostas refletiram a diversidade de interesses da turma e a aplicabilidade universal da Semiótica.

Os temas explorados variaram da decodificação da simbologia e da estética por trás de uma artista da música pop contemporânea, até a profunda investigação dos complexos sistemas de signos e da iconografia que sustentam a tradição e o discurso da Igreja Católica. Além disso, a variedade de trabalhos reforçou como a Semiótica é crucial para uma visão crítica sobre o mundo em que vivemos.

Trabalhos apresentados

A acadêmica do sexto período de Jornalismo, Camily Oliveira, produziu uma análise semiótica do movimento Tropicália, um revolucionário fenômeno cultural brasileiro, que floresceu intensamente na década de 1960, e se destacou por sua estética antropofágica, com a mescla de tradições nacionais com tendências de vanguarda internacional.

Para aprofundar a compreensão dos signos, símbolos e discursos da Tropicália, manifestados em música, artes visuais e comportamento, Camily utilizou a Semiótica de linha francesa. Essa abordagem permitiu uma desconstrução metodológica das narrativas e estruturas de sentido do movimento, revelando como a Tropicália se posicionou frente ao cenário político e social da época.

O estudante Bruno Marques, do sexto período de Jornalismo, destacou-se na mostra por aplicar as ferramentas da Semiótica a um dos mais recentes e discutidos fenômenos da cultura pop contemporânea: o álbum “Brat” da cantora britânica Charli XCX.

 

O trabalho do estudante buscou ir além da simples audição musical, com uma análise semiótica para desvendar as complexidades de camadas e significados na obra. Bruno investigou como a estética visual, as letras das músicas, a comunicação em redes sociais e a persona artística de Charli XCX se articulam como um sistema de signos coeso e intencional.

A análise se concentrou em como o projeto “Brat” não é apenas um conjunto de músicas, mas sim um discurso cultural que dialoga com temas como a nostalgia, a rebeldia, a feminilidade contemporânea e a cultura da internet.

Outros trabalhos apresentados

 

 

 

 

Final da mostra

Ao fim da mostra de experimentações, a professora Mirna Feitoza, reforçou em discurso a relevância do trabalho executado em um ato de celebração da produção acadêmica na FIC.

Ela destacou que “a Comunicação, especialmente quando munida das ferramentas da Semiótica, transcende a mera transmissão de informações, tornando-se um instrumento fundamental para a construção e a disseminação do conhecimento científico. A análise dos signos e dos discursos, aprendida e aplicada pelos alunos, é crucial para formar profissionais capazes de decodificar criticamente o mundo”.

Um dos pontos altos do encerramento foi a menção honrosa aos 15 anos de existência do Mediação: Grupo de Pesquisa em Comunicação, Complexidade e Culturas.

A professora destacou o legado e a trajetória do grupo, que tem sido um pilar na formação de pesquisadores e na produção científica na área da Semiótica na instituição ao longo de uma década e meia.

A primeira Mostra de Experimentações Semióticas da FIC foi reforçada pela presença notável do jornalista e escritor Wilson Nogueira, que prestigiou o evento e compartilhou suas reflexões com os alunos.

Em sua fala, Wilson enfatizou a importância fundamental do estudo aprofundado da Semiótica para a produção de novos conhecimentos sólidos e contextualizados na região. Ele destacou que a disciplina, ao fornecer ferramentas para a análise dos signos e dos processos de significação, é um motor para a inovação acadêmica.

Ele também observou com entusiasmo como a comunicação amazonense está evoluindo de forma notável, trilhando um caminho que privilegia a autovalorização e o reconhecimento de sua própria identidade. Ele acredita que a aplicação da Semiótica é essencial nesse processo, pois permite que os comunicadores locais decodifiquem e valorizem as narrativas culturais e sociais próprias do Amazonas, em vez de replicar modelos externos.

 

“Essa (a Semiótica) é uma disciplina que pode ajudar muito em nos reconhecer como pessoas que somos”, afirmou Wilson.

Fotos: Gustavo Campos

 

 

 *Estudante do sexto período de Jornalismo da FIC( Revisão do prof. Me. Gabriel Ferreira/ presidente da comissão de Comunicação)

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